sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Um caso de amor com a vida - Análise de entrevista com Rubem Alves

Relatório sobre a entrevista com o escritor Rubem Alves
Um caso de amor com a vida

“Quem deu licença para entrar no meu coração;
Eu não entrei no seu coração,
Quando eu entrei no meu coração, o seu coração é que estava La dentro... ”Rubem Alves
Se tivermos olhos para a vida somos felizes, logo, temos um caso de amor com a vida.
O educador possui inúmeras tarefas, mas com certeza a primeira é ensinar a ver provocar a curiosidade nas crianças, ensinar a amar a vida, a natureza, deve sim, provocar o desejo de querer conhecer, através de perguntas, questionamentos, de sua apropriação, isto é, ajudar os alunos a achar os caminhos (rotas) do conhecimento.
Rubem Alves questiona os currículos escolares, que estes não têm o menor sentido, até os considera muitas vezes, como inúteis para a vida dos nossos alunos, seja no presente, bem como no futuro.
Coloca-se contra as interpretações de texto, da forma como acontece hoje nas escolas, sugere que ao solicitar uma interpretação de texto, o professor permita que seu aluno a apresente da forma que ele entender melhor, seja através de imagens, produção textual, desenhos,dramatização,isto é, que tenha a liberdade de mostrar realmente a sua interpretação.
Quanto ao ensino da escrita, acredita que existe somente uma maneira (forma) de aprender a nossa língua, é através da leitura, daí a importância dos professores lerem para seus alunos e propiciarem novas formas de leitura e contatos com estes meios.
O conhecimento acontece quando existe a apropriação do ambiente em que se vive, deve –se aproveitar- se do cotidiano e da sua realidade para construir e despertar o conhecimento, isto é, “Aprenda com sua casa”, desenvolvendo várias concepções de conhecimento: ecologia, química, ciência, matemática, estudos sociais...
O escritor Rubem Alves, constata, com tristeza, que os pais muitas vezes são inimigos da educação, pois não se interessam na apropriação do conhecimento, quer que seus filhos sejam promovidos a outra série, passem no vestibular, mas não querem saber se tem o conhecimento propriamente dito,se aconteceu ou não a aprendizagem.
O professor, principalmente da educação infantil, deve se transpuser a situação infantil para entender seus alunos,deve criar espaços lúdicos e de liberdade para fazer acontecer o conhecimento, a aprendizagem...despertando o senso de dignidade, de acolhida e de segurança;sugere trabalhar com projetos,pois estes estão centralizados no interesse dos alunos, havendo motivação para buscar o conhecimento;
Acredita que a grande transformação na educação só vai acontecer quando a mudança passar pela “cabeça” e pelo “coração” dos educadores e mesmo que a LDB ou outras leis, sugira,incentive reformas e maneiras para trabalhar em educação, nada vale se o professor não fizer a mudança no seu interior.
Quanto à alfabetização na educação infantil, Rubem Alves acredita que não se deve forçar situações;Para que ensinar a ler antes da hora? No entanto, se houver interesse da criança não imposição dos pais, não vê porque não oferecer.
Fala com tristeza sobre a realidade prática das escolas, quando se refere à fragilidade da escrita, da não mudança, das atividades maçantes de rotina.
Para ser professor tem que ter talento.
O que me torna mais humano é o que me dá felicidade.
Os professores precisam se tornar alunos de seus alunos; para lidar com as crianças devem ficar na ponta dos pés...para alcançar o nível deles.

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